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cultura alimentar tradicional

A cultura de uma região representa a forma como seus habitantes lidam com diversos aspectos do cotidiano a partir dos recursos existentes e do contexto histórico e econômico. Nesse sentido, a cultura alimentar engloba todos os processos envolvidos nos costumes e hábitos alimentares de uma região, e que influenciam desde a produção de ingredientes, confecção de instrumentos de preparo, receitas e armazenamento. Um olhar atento a esses processos pode revelar origens e desvendar identidades, já que cozinha é um espaço de resistência, é onde tudo acontece!


No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) já reconhece quatro processos alimentares como bens imateriais e intangíveis da cultura dos povos: o ofício das baianas do acarajé (BA), o ofício das paneleiras de Goiabeiras (bairro de Vitória, ES), o sistema agrícola tradicional do Rio Negro (AM) e modo artesanal de fazer queijo de minas, das regiões do Serro e das serras do Salitre e da Canastra (MG).


A complexidade envolvida nestes processos, do cultivo dos ingredientes ao preparo dos pratos, são uma legítima forma de resistência cultural, na medida em que, cada vez mais, somos pautados pelo ritmo produtivo do mundo do trabalho. Com isso, mesmo em lugares turísticos como Alter do Chão, há uma urgência incutida no ato de comer que muitas vezes inviabiliza as práticas tradicionais ao atropelar o tempo dos hábitos, do fazer, do compartilhar a comensalidade.


Com o crescimento da vila de Alter do Chão (originalmente território do povo indígena Borari) em função do turismo, moradores relatam uma descaracterização de modos de vida locais, como as práticas de roçado e produção de farinha, por exemplo. A ocupação desordenada vem fazendo desaparecerem tradições comuns a quase todas as famílias ribeirinhas, como as casas de farinha (com todos os subprodutos da mandioca), as cuieiras, entre outros.


Ainda conseguimos manter algumas tradições, como a dos pescadores, das doceiras e das cozinheiras de barco. Contudo, a demanda vem crescendo cada vez mais e a maioria dos  produtos tradicionais precisam vir de Santarém ou de outras comunidades próximas.


Nosso objetivo, então, é mapear e dar visibilidade às detentoras e detentores dos saberes da alimentação tradicional, seus saberes, técnicas e práticas, para que se tornem mais acessíveis e valorizados.

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mapeamento alimentar

Venha participar do mapeamento inicial do projeto WWW.NACUIA.COM, onde é possível navegar em alguns processos tradicionais da cultura alimentar de Alter do Chão e região.​

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Se você conhece uma detentora ou um detentor dos saberes tradicionais alimentares de Alter do Chão e região, envie uma mensagem para projetonacuia@gmail.com ou ligue para 93 99211 6566. Vamos gostar de conhecer mais uma história!

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